No tempo em que o Condado Portucalense era apenas uma parte do Reino de Leão, nasceu um menino chamado Afonso Henriques, ficou conhecido como Afonso, o Conquistador, por nunca desistir das suas batalhas e expandir o território do seu reino. Ele era filho de D. Henrique de Borgonha, um nobre guerreiro que veio de longe para ajudar a lutar contra os mouros, e de D. Teresa de Leão, filha do poderoso rei Afonso VI de Leão.
Quando D. Henrique morreu em 1112, Afonso era ainda muito pequeno. A sua mãe, D. Teresa, ficou a governar o Condado, mas ela queria manter-se próxima do Reino de Leão, o que deixou muitos nobres descontentes. Afonso, por outro lado, tinha um sonho diferente: queria que o Condado Portucalense fosse independente e que ele próprio fosse rei!
Cresceu forte e valente, treinando para ser um grande cavaleiro. Diz-se até que tinha uma espada especial, tão pesada que ninguém além dele a conseguia levantar! Segundo a lenda, essa espada foi-lhe dada por um misterioso cavaleiro que apareceu numa noite de tempestade e desapareceu sem deixar rasto. Muitos acreditavam que era um enviado divino, para ajudar Afonso na sua missão.
Mas antes de ser rei, Afonso precisava de enfrentar a sua mãe. Ela tinha-se aliado a um nobre galego chamado Fernão Peres de Trava, o que fez muitos nobres portucalenses sentirem-se traídos. Afonso reuniu esses nobres e, em 1128, desafiou a sua mãe na famosa Batalha de São Mamede, em Guimarães, onde garantiu o controlo do Condado Portucalense., em Guimarães.
Foi uma batalha dura e estranha, pois era filho contra mãe! No final, Afonso saiu vitorioso. D. Teresa foi para a Galiza, e Afonso tornou-se o líder do Condado Portucalense. Mas ele sabia que isso não chegava. Se queria ser rei, tinha de provar que o seu território não estava sujeito ao Reino de Leão.
Para isso, começou a lutar em duas frentes: contra o Reino de Leão, para afirmar a sua independência, e contra os mouros, para conquistar mais terras a sul. Primeiro, enfrentou Leão para garantir que o Condado Portucalense não ficaria sujeito ao seu domínio.
Afonso mostrou a sua coragem em muitas batalhas. Primeiro, conquistou Lisboa em 1147 e, depois, Ourém. Mas uma das mais importantes foi a Batalha de Ourique, em 1139. Segundo a lenda, na noite antes da batalha, Afonso rezava pedindo força, quando teve uma visão: apareceu-lhe Cristo, prometendo-lhe a vitória. Inspirado por esta visão, Afonso venceu um enorme exército mouro.
Foi nesse momento que Afonso, ouvindo os gritos das suas tropas que o chamavam de Rei dos portugueses, decidiu proclamar-se Rei de Portugal! Ele acreditava que a sua vitória tinha sido uma bênção divina, e para nunca se esquecer disso, colocou na bandeira de Portugal as cinco quinas, representando as cinco chagas de Cristo.
Para fortalecer o seu poder, casou-se com D. Mafalda de Sabóia, em 1146, formando alianças importantes e assegurando herdeiros para o trono.
Mas Afonso ainda tinha outro desafio: o Reino de Leão não queria aceitar que Portugal fosse independente. Durante anos, lutou contra Leão para proteger as suas terras. Depois de muitas batalhas, assinou finalmente o Tratado de Zamora, em 1143, com o Rei Afonso VII de Leão. Nesse tratado, Portugal foi reconhecido como um reino independente, e Afonso Henriques tornou-se oficialmente D. Afonso I, o primeiro Rei de Portugal!
Em 1147, D. Afonso Henriques conquistou Lisboa, uma vitória importante contra os mouros que ajudou a expandir o território de Portugal. Pouco depois, também tomou Santarém e Ourém, fortalecendo o jovem reino.
Em 1179, o Papa Alexandre III reconheceu oficialmente Portugal como um reino independente, o que deu ainda mais poder e prestígio a D. Afonso I.
Nos seus últimos anos de vida, Afonso continuou a lutar contra os mouros e a proteger as suas terras de invasões. Faleceu em 1185, depois de um longo reinado de coragem e conquistas.
Assim nasceu o Reino de Portugal, através da coragem e da determinação de um homem que sonhou mais alto do que todos esperavam. Dizem que a sua espada foi guardada como um tesouro e que só Afonso Henriques conseguia levantá-la, pois tinha sido dada por um cavaleiro misterioso, talvez enviado por Deus para ajudar na criação de Portugal. Ainda hoje se conta que ninguém mais a conseguiu levantar…
Quem será o próximo rei a sentar-se no trono de Portugal? Será ele tão corajoso como Afonso Henriques? O que mudará no jovem reino? Não percas o próximo capítulo desta grande aventura!
