José Afonso, também conhecido como Zeca Afonso, foi um poeta, cantor e compositor português nascido em Aveiro a 2 de agosto de 1929 e falecido em Setúbal a 23 de fevereiro de 1987. A sua vida foi marcada por um profundo compromisso com a denúncia das injustiças sociais e políticas, desde a sua infância em Angola e Moçambique até aos seus anos de estudo em Coimbra, onde se começou a destacar como intérprete do fado tradicional coimbrão.
Após a Revolução dos Cravos em 1974, José Afonso continuou a desempenhar um papel crucial na cena musical portuguesa. Os álbuns lançados nessa fase, como “Enquanto Há Força” (1978) e “Como se Fora seu Filho” (1983), mantiveram o seu compromisso com a crítica social e política, enquanto exploravam novos sons e estilos musicais.
Antes do 25 de abril, José Afonso foi uma figura proeminente na resistência à ditadura, usando a sua música como forma de protesto contra o regime opressivo de Salazar. Canções como “Grândola, Vila Morena” tornaram-se hinos de liberdade durante esse período.
Após a Revolução dos Cravos, José Afonso consolidou ainda mais a sua posição como uma voz de resistência e consciência social em Portugal. A sua música continuou a inspirar e mobilizar pessoas em todo o país, refletindo os ideais de liberdade, justiça social e igualdade.
Na música de intervenção em Portugal, José Afonso desempenhou um papel fundamental, inspirando uma geração inteira de músicos e ativistas. A sua abordagem poética e musical única influenciou profundamente a cena cultural e política do país.
Ao lado de José Afonso, outros nomes importantes da música de intervenção em Portugal incluem Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fausto Bordalo Dias e Luís Cília, entre outros. Cada um contribuiu de forma única para a expressão artística e política durante o período da ditadura e após a Revolução dos Cravos, deixando um legado significativo na cultura portuguesa.
As principais canções de José Afonso, como “Grândola, Vila Morena”, “Menino do Bairro Negro”, “Os Vampiros” e “Cantigas do Maio”, destacam-se como testemunhos poéticos e musicais da luta pela liberdade e justiça social em Portugal. As suas letras profundas e melodias cativantes continuam a ressoar e inspirar gerações de portugueses até os dias de hoje.